sábado, 23 de maio de 2009

Preparando o cidadão para o futuro

Lugana Olaiá

Letícia Dantas, fundadora do CIEL, atualmente diretora administrativa e responsável pelo setor financeiro da escola, expõe emocionada como foi lutar em busca da realização de um sonho e quando surgiu a idéia.

Sua segunda filha, Vivan Caroline, perdeu a audição quando tinha apenas 1 ano e 2 meses. Essa realidade juntamente com a dor causada pela peça que lhe pregou o destino, alimentaram a sede do conhecimento em Letícia.

Ela passou a estudar sobre o assunto, procurou médicos, viajou diversas vezes para São Paulo, empenhada em encontrar um tratamento específico para a filha. Na década de 90, Salvador não tinha fonoaudiólogos especializados em crianças que haviam perdido a audição.

Ao passo que Vivian crescia, os obstáculos no caminho de mãe e filha também aumentavam. Foi muito difícil encontrar uma escola que aceitasse trabalhar e se adaptar à deficiência da garota.

Enquanto isso, dentro de casa a menina era estimulada pela mãe para desenvolver a fala e sua capacidade de leitura labial, a partir dos resíduos de linguagem guardados por ela desde muito nova, afinal quando perdeu a audição Vivian já balbuciava algumas palavras.

Letícia seguiu na batalha por espaço e reconhecimento para sua filha, que apesar de não ter estudado no Centro Integrado de Educação e Lazer, foi a principal motivação para a criação do mesmo.

Inicialmente não havia muitos profissionais dispostos a participar do projeto, e muitas famílias tinham um enorme bloqueio em aceitar as limitações dos seus filhos, além dos pais que não queriam deixar seus filhos em contato com crianças portadoras de necessidades especiais.

Em 1993, aconteceu o que a diretora chama de “empurrãozinho de Deus”, ela foi demitida do seu emprego no Pólo Petroquímico de Camaçari. Assim tomou coragem de fazer o projeto, mais do que isso, tirou do papel seu desejo de nivelar todas as crianças através da educação.

No dia 7 de Julho de 1994 nasceu o CIEL, inicialmente era no Stiep, depois passou para a Pituba e agora instalado Boca do Rio, o Centro Integrado de Educação e Lazer, está próximo de completar 15 anos no desempenho do papel fundamental para equiparar a vida em sociedade das crianças deficientes.

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